O Divino
Filho do Divino Mestre Domingos da Guia, dos maiores zagueiros da história, Ademir sentiria a pressão da comparação se não soubesse fazer do campo a extensão de seu temperamento plácido. Com suas passadas longas de elegância absurda, Ademir da Guia virou poesia de João Cabral e motivo de prosa e orgulho do palmeirense, que pôde vê-lo se transformar em símbolo e craque que mais vestiu verde em 100 anos de clube.
De agosto de 1961 a setembro de 1977 ele foi Palmeiras, depois de atuar pelo Bangu, berço da divina família Da Guia. Pés-de-obra qualificados da fábrica de tecidos e de craques do subúrbio carioca. Ademir era um gênio da bola que ditava o tempo do jogo das academias alviverdes e dos rivais delas. Camisa e nota dez. Humildade de quem fazia o jogo como queria.
Descobridor de outro tempo de jogo. Mito de qualquer tempo e partida. Perdia chances na Seleção no grito. Ganhava mais ainda por fazer, não falar. Tacógrafo do time, controlava a velocidade e o placar do jogo. Metrônomo da equipe, ditava ritmo e cátedra.
Ademir da guia
Rio de Janeiro, 3 de abril de 1942
Meia-esquerda
Bangu (1960-61); Palmeiras (1961-77)
Seleção Brasileira (1965-74)
962 jogos, 167 gols
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